12 Fevereiro – 6º Domingo do Tempo Comum - Ano A
Um importante filósofo existencialista do século passado – J.P. Sartre – escreveu um dia: «nós somos livres para tudo menos para ser livres». De facto, o ser humano nasce livre e é livre de fazer as suas escolhas. E apesar de ser condicionado por muitas circunstâncias externas, não consegue deixar de ser livre… sempre tem alguma possibilidade de opção. Vem tudo isto a propósito da leitura de hoje do livro do Eclesiástico, um dos livros bíblicos sapienciais, que afirma termos diante de nós a vida e a morte, o fogo e a água, e Deus não nos obrigar a uma inclinação por qualquer destes elementos ou possibilidades. Ora bem, se somos livres, então somos desafiados a escolher com responsabilidade e a medir bem as consequências das nossas opções quer para nós próprios quer para com tudo e todos os que nos rodeiam.
S.Paulo, no trecho da carta aos Coríntios da liturgia de hoje, dá continuidade ao pensamento do Eclesiástico: o cristão é habitado por uma sabedoria que não é bem a sabedoria mundana e pode e deve ser consequente com essa sabedoria para fazer escolhas sábias na sua vida. Enquanto muitos não entenderam o significado da presença de Deus no mundo e não foram capazes de discernir em Jesus o Messias, o enviado de Deus, e até O crucificaram, os cristãos são aqueles que compreenderam e aceitaram a pessoa de Jesus e do seu evangelho, e viram aí a maior sabedoria para orientar as suas vidas.
O evangelho de hoje é pautado por duas afirmações principais: a primeira é a de que Jesus não veio abolir a lei e os profetas do Antigo Testamento; a segunda é a repetição, por 4 vezes, da expressão «disseram-vos mas Eu digo-vos». Estas duas frases colocam-nos diante de duas questões bem importantes: a relação do Antigo Testamento com o Novo Testamento e, simultaneamente, a relação de Jesus com a sua cultura judaica. Certamente que o Novo Testamento é continuação do Antigo, não o recusa, mas a verdade é que introduz algumas rupturas importantes: purifica a imagem de Deus e pede mais coerência nas acções e interioridade nas motivações dos seres humanos. E por isso Jesus, assumindo também Ele o Antigo Testamento e a cultura judaica da lei de Moisés, introduz rupturas e vai contra essa sua cultura em muitos aspectos, justamente aqueles em que a sua perspectiva humanista e humanizadora obriga a ultrapassar leis e costumes socio-político-religiosos bem opressores.
Luz do Mundo e Sal da Terra
Fr. Bento Domingues, O.P.
5 Fevereiro 2023
Novo vídeo com o testemunho do Fr. José Nunes, OP nos 40 anos da presença dominicana em Angola (Waku-Kungo).
EXPOSIÇÃO
'Dominicanos: Arte e Arquitectura Portuguesa. Diálogos com a modernidade'
A inauguração ocorrerá no dia 14 de Abril, às 16h:00, no Convento de S. Domingos de Lisboa
e estará aberta ao público até ao dia 10 de Junho.
(Folheto AQUI) + (Site do Evento AQUI)
REVISTA DE IMPRENSA
RTP - Portugal em Directo aos 5':22"
RTP - Portugal em Directo aos 9':47"
Público - No tempo em que a igreja era moderna e queria fazer parte da cidade
TSF - Frades dominicanos celebram em Lisboa 800 anos de existência
Quo Vadis - Dominicanos. Arte e Arquitetura Portuguesa. Diálogos com a modernidade
E-Cultura - No tempo em que a igreja era moderna e queria fazer parte da cidade
Fátima Missionária - Exposição revela contributo de religiosos para a arte
PontoSJ - Dominicanos. Arte e Arquitetura Portuguesa. Diálogos com a modernidade